O POTENCIAL TRANSFORMADOR DO ENFERMEIRO FORENSE NA ATENÇÃO À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL

Abstract

A violência está presente desde os primórdios da história da humanidade, fundada na cultura de dominação do sexo feminino. Os altos índices de violência, em especial, o abuso sexual, fizeram surgir, em 1992, a Enfermagem Forense, área de especialização da enfermagem que atua nos diversos tipos de violência. No Brasil, ainda é pouco conhecida, reconhecida pelo Conselho Federal de Enfermagem em 2011 e regulamentada em 2017. Com o objetivo de demonstrar o potencial de transformação do atendimento prestado à mulher vítima de violência sexual pela atuação do enfermeiro forense, realizou-se revisão de literatura nas bases LILACS e MEDILNE, e também legislações sobre o tema, por acreditar que o profissional deve exercer uma ponte entre a área da saúde e o sistema judiciário, e os protocolos e normas técnicas do atendimento à vítima de violência. A pesquisa mostrou que o enfermeiro forense pode qualificar o atendimento à vítima de violência sexual, prevenindo e identificando precocemente as vítimas, e qualificar enfermeiros da linha de frente do cuidado para identificar sinais de violência, lesões e comportamentos que a indicam, orientando ao acolhimento humanizado e à preservação de provas e vestígios até que a vítima seja atendida por profissional habilitado ao exame pericial, compreendendo que são pacientes forenses. Pode ainda servir como elo com os órgãos de medicina legal, promovendo a recolha e preservação oportuna de evidências forenses, para que os vestígios não se percam definitivamente. Assim, entende-se que o enfermeiro forense pode transformar o atendimento à vítima de violência sexual, bem como evitar a revitimização da pessoa em situação de violência.