As contradições da atuação do psicólogo organizacional frente aos objetivos das empresas pós-modernas: do lucro à responsabilidade ética

Abstract

A Psicologia Organizacional, junto com outras ciências organizacionais, se vê perante algumas contradições éticas, visto que, se por um lado deveria fundamentar sua prática em uma atuação ética crítica e resistente, por outro as organizações almejam o lucro e a competição, onde os corpos dos funcionários devem resistir à jornada de trabalho com tudo aquilo que a acompanha: tolerância de baixo salário, exploração da mão de obra, penalizações por não enquadramento da função, formalidade trabalhista, competição, controle de desempenho, entre outras táticas disciplinadoras dos corpos. Neste sentido, esta pesquisa, através de uma abordagem teórica, tem como objetivo analisar as possíveis contradições éticas envolvidas no exercício profissional do psicólogo organizacional nas empresas pós-modernas sob a perspectiva dos conceitos foucaultianos, compreendendo o papel da biopolítica e da disciplina dos corpos veiculadas através do discurso organizacional que sustenta o modelo de produção capitalista. A pesquisa ocorreu através de consultas em livros físicos e eletrônicos, artigos científicos, revistas e periódicos científicos disponíveis nas diversas plataformas eletrônicas disponíveis para consulta; tendo em vista que a pesquisa teórica não exclui alguns elementos presentes na pesquisa bibliográfica. Os resultados da pesquisa proporcionam pensamento crítico sobre o cenário organizacional e a atuação do psicólogo nos ambientes organizacionais, de forma a compreender os poderes e desafios éticos envolvidos na práxis do psicólogo, presente tanto nas normas disciplinares sobre o corpo como no discurso organizacional e social.